segunda-feira, 30 de junho de 2008

DÓLARES E COLIFORMES FECAIS


Dois políticos analisam uma proposta de negociata.
São muitos milhões em jogo.
Um deles pergunta ao outro:
-... Quanto nos dariam por isso?
O outro pensa um pouco e responde:
- Num país sério, acho que nos dariam uns quinze anos.
Capítulo 1 -
As cédulas de dólares embutidas na cueca pinicavam incessantemente o saco escrotal. Em contato com os pentelhos, causavam uma desagradável sensação de coceira. O suor, devido ao calor e ao nervosismo, escorria e umedecia as cédulas. - “Isto vai cheirar mal quando eu tirar daqui”- pensava o assessor de José Nobre Guimarães, deputado estadual pelo PT do Ceará.


Ele carregava dentro das calças, embutido na cueca, nada menos que cem mil dólares americanos em notas de cem. Eram mil cédulas dispostas cuidadosamente em torna da cintura, nas nádegas, à frente do pênis e embaixo do saco.


Como não se limpara direito após a última evacuação e o suor escorria abundantemente da regada do ânus até a base do saco escrotal, a situação das cédulas ali dispostas poder-se-ia considerar como “calamitosa”.


Para piorar a situação, o vôo 5596, procedente de São Paulo com destino à Fortaleza estava com atraso, o que agravava a situação do montante em espécie acondicionado na periferia das nádegas assessoriais do nosso personagem e o credenciava a escatológica impossibilidade de circulação por infestação de coliformes fecais.


Na verdade, os assessores de deputados brasileiros possuem em seu guarda roupa uma famosa peça de vestuário íntimo desconhecida da população, ainda mais da população eleitoral.


Chamam-na comumente de “cangalha”.
A peça em questão é uma espécie de meia calça masculina, feita normalmente em tecido de malha levemente acolchoado, com vários bolsos internos dispostos ao longo das pernas, bumbum e região pélvica frontal. Ali são transportadas somas em dinheiro vivo de forma bem disfarçada, sem grandes problemas pelos assessores do Brasil afora. A questão é que na pressa, nosso personagem, José Adalberto Vieira da Silva, não teve como se virar. Foi na cueca mesmo. E sem a proteção de um saquinho plástico que fosse.
- Com sua atenção passageiros do vôo 5596 com destino a Fortaleza e conexões, queiram, por favor, apresentarem-se para o embarque no portão 17.


Estando ainda no saguão central, ele dirigiu-se ao portão de embarque, colocou a mala sobre a esteira rolante, e dispôs-se a passar pelo detector de metais. Só que o volume de suor intenso fizera algumas das cédulas escorregarem pela perna esquerda e aparecerem debaixo da barra da calça, sobre seu sapato, e ele não percebera... Mas o fiscal de embarque, sim.


- Senhor, há dólares sob suas calças, estão aparecendo sobre seus sapatos.


- Como? – perguntou ele, procurando ganhar tempo para pensar.


- O senhor tem dólares sob as calças, por gentileza, queira me acompanhar.


Relutante, José tentava uma saída:


- Não sei de quem é. Alguém deve ter deixado cair. – disse, acompanhando a frase com um sorriso amarelo.


- Entendo, mas nesse caso é procedimento se fazer uma revista – insistiu o fiscal.


- Isso é desacato – gritou José, já perdendo a pouca calma e entregando-se ao desespero.


- Apenas cumpro minha obrigação. – explicou o fiscal.

- Não me sujeitarei a esta afronta, isso é perseguição da elite política deste país – bradou José, e pela sua tremedeira o fiscal ficou com seu “desconfiômetro” nas alturas.


- Sinto muito Senhor, não sou político e muito menos da elite. Queira me acompanhar.


Como ele resistisse, o fiscal chamou reforço policial, ao qual José teve de aquiescer e se permitiu a revista.


Ali a casa (ou a cueca) caiu. Percebendo volumes estranhos, o guarda ordenou:


- dispa-se por gentileza.


- Não!


-... Dispa-se, por favor, senhor.


- Não! Não! Tenho vergonha!


- Então queira me acompanhar até a delegacia.


Pensando que se aquilo saísse daquele âmbito talvez fosse mais difícil contornar a situação, José despiu-se, retirou os dólares e argumentou:


-Senhores, não sei como eles vieram parar aqui. Alguém deve ter colocado enquanto eu estava distraído. Se me deixarem livre, passo-lhes as mãos dez mil dólares agorinha – e estendeu um monte de cédulas “contaminadas” aos seus interlocutores. – Podemos dar o caso por encerrado?


Como cheirassem muito mal, o fiscal olhou de soslaio para o guarda e aproximando-se, confidenciou:


- Isto é “dinheiro sujo”. Não podemos embarcar nessa. O dinheiro ta todo cagado.


Aproximando-se novamente de José, decretou:


- O senhor está detido para averiguações de rotina. Queira me acompanhar.


Assim teria tido lugar o início do calvário de José e teria emergido a “ponta do iceberg” de um dos períodos mais negros da roubalheira nacional já conhecido.


- Posso dar um telefonema? – argüiu José.


Recebendo permissão, dirigiu-se a um telefone e tentou ligar para certo deputado em Fortaleza, mas conseguiu apenas falar com um companheiro de gabinete.


- A coisa fedeu por aqui. Eles acharam alguns dólares que eu não queria carregar nos bolsos com medo de “assalto” (disse isso em bom tom, pois sabia que o escutavam) e levaram a coisa pro outro lado. Agora preciso da ajuda “dele” pra me tirar dessa.


Sabe-se é que, semanas depois do ocorrido, e passado o turbilhão de notícias veiculadas nos principais jornais televisivos e impressos do país, bem como nos principais semanários, alguém realmente tinha “mexido” alguns pauzinhos e o centro das atenções com relação ao caso foi desviado para as seguintes questões:


Os dólares estavam realmente contaminados por coliformes fecais?


Poderiam ainda entrar em circulação sem perigo iminente à saúde pública?


Haveria alguma medida regulatória a ser implantada para, no caso de novo transporte e em havendo contaminação, as notas poderem ser descontaminadas imediatamente?


Haveria necessidade de se implantar um detector de “dólares em cuecas” contaminados por coliformes? Quanto isso custaria aos cofres públicos?















O laudo técnico do ministério da saúde não deixava dúvidas quanto a essa possibilidade. O teor do mesmo esta descrito adiante.





LAUDO TÉCNICO



DO CASO DA CONTAMINAÇÃO DE DÓLARES POR COLIFORMES FECAIS ASSESSORIAIS


Dos principais agentes de infecções intestinais entre outros encontram-se as enterobactérias, destacando-se como um microorganismo de interesse em alimentos a Escherichia coli O157:H7. Sua designação surgiu inicialmente em 1982, após ter sido implicada como agente etiológico da colite hemorrágica.

Bactérias que pertencem ao grupo coliforme têm como habitat o trato intestinal do homem e de outros animais e espécies dos gêneros Enterobacter, Citrobacter e Klebsiella podem persistir por longos períodos e se multiplicarem em ambientes não fecais. Essas bactérias são prejudiciais para os alimentos, onde sua presença determina inutilidade dos mesmos. E.coli é o mais importante indicador de contaminação fecal, embora possa ser introduzida nos alimentos a partir de fontes não fecais.

Dólares de qualidade ruim são problemas comuns que causam grandes prejuízos no mercado financeiro e podem ser devido a fatores que envolvem manejo, meio ambiente e doenças.

Geralmente admite-se que a cédula de dólar é estéril até o momento da postura ou inserção nas cuecas, a partir daí é suscetível a uma rápida contaminação a penetração de microorganismos é facilitada pela umidade. A periferia escrotal é um excelente meio de cultivo para os microrganismos infectada possivelmente por bactérias que penetram através dos poros da cédula, atravessam as membranas, multiplicam-se nas fibras e alcançam então a linha dágua. Provavelmente essas bactérias são encontradas em matéria fecal. A alteração dos dólares deve-se fundamentalmente pelas bactérias gram-negativas devido a uma enzima anti-grampositiva existente na cavidade retal.

Dólares que permanecem estocados por longos períodos dentro de cuecas com overdose de sudorese têm sua qualidade interna alterada, favorecendo a multiplicação bacteriana, devido à perda da viscosidade da albumina.

As enterobactérias têm atividade proteolítica, destruindo algumas estruturas da casca do dólar, o que poderia facilitar a penetração de outras bactérias as quais se multiplicariam no conteúdo interno do mesmo, provocando sua deterioração e inviabilização circulatória.

O objetivo do presente trabalho foi verificar a ocorrência do grupo coliforme em dólares comerciais e avaliar as condições higiênico-sanitárias dessas cédulas para assegurar o controle de sua qualidade, beneficiando assim sua circulação por seres humanos.

A casa da moeda deve estar bastante consciente de que há muito a ser feito no sentido de garantir uma melhor qualidade microbiológica de seus produtos.



MATERIAL E MÉTODOS



Colheita das amostras:

Foram coletadas no total 48 amostras de dólares comerciais de vários fornecedores da região do aeroporto de Guarulhos, Estado de São Paulo e analisados no Laboratório de Patologia de Descalvado através de técnicas bacteriológicas específicas para determinação de coliformes totais e fecais. Os dólares foram lavados com álcool iodado e feito um “pool” com 30 cédulas de cada amostra, o qual foi homogeneizado ssepticamente e destes 25g foram transferidas para 225 ml de água salina peptonada a 1% (DIFCO) estéril e colocadas em homogeneizadores esterilizados. Esta diluição corresponde a uma proporção de 1:10, ou seja, 10g do homogeneizado contém uma grama da amostra. A partir da diluição inicial, foram feitas as diluições seriadas 10-2 e 10-3 em água salina peptonada 1%. Estas diluições 10-1, 10-2 e 10-3 foram usadas para
posterior procedimento microbiológico.



A metodologia foi seguida de acordo com as técnicas.



(texto Baseado em pesquisa do Laboratório de Patologia Avícola de Descalvado)

Meses depois, o assunto morreu na mídia e os acusados, que já estavam em liberdade, foram isentados de culpa.


O deputado José Nobre Guimarães, irmão de José Genoíno, dizia que não tinha conhecimento de que Vieira estava em São Paulo na ocasião, que ele não viajou com dinheiro do gabinete e não saberia a origem nem destino do dinheiro.


Assim como personagens famosos da política, ele também “não sabia de nada”.

SINOPSE DA SAGA

Esta epopéia criada para evidenciar situações que, de tão mirabolantes soam absurdas, utiliza como base de suas fantasiosas histórias e diálogos as notícias divulgadas amplamente pela mídia impressa e televisiva nacional a respeito dos escândalos políticos acontecidos desde os governos militares até nossos dias. Para melhor situação destes contextos, fatos históricos reais estão mesclados com explicações absurdas puramente fantásticas para criar um clima tragicômico.

domingo, 29 de junho de 2008

Vamos começar a saga!

A partir de hoje estaremos dando início a saga dos ladrões de brasilia!
Acompanhe as diversas situações vexatórias desta turma de ladrões que entraram para a política com a finalidade única de se dar bem!